segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Imortal

Sinto frio!
Está quente e sinto frio!
Minha alma estremece, meu peito gela, minha mente acelera.
Era, era, era prá ser!
Não passou, simplesmente deixou de ser o que era prá ser!
Era eterno, pretérito! E pretérito dos mais imperfeitos.
Um mistério, uma cilada! Seria - não foi - mas era prá ser!
Final de parada, no início da chegada, sem ninguém a te esperar.
O beijo ao fim do percurso, as palavras doces do encontro no início de uma eternidade. Não encontrei nada além de uma estação vazia!
Eternidade, eterna idade, eterna criança... Buscando em outros uma extensão de si.
O peito que alimenta não é a mãe, e sim a auto-suficiência alimentar. O ser parasita que somos, alimentando-nos dos nossos sonhos criados co-dependentes do outro.
Como perder a auto-suficiência? Como se sentir saciado sem a extensão que nos dá vigor?
Sou fraca, essa é a verdade! E isso é o presente, não fui, não serei, apenas sou, sou fraca.
Impotente, talvez até ignorante, indigente.
Nada importa, nada sou, nada restou!
Estaca zero, cravada no meu peito. Morte à criatura que teimou em ser imortal na sedenta ânsia de dar amor.
Sinto frio, minha alma geme, meu amor se foi!

Raposinha!

2 comentários:

  1. Belo, belo, belo, e belo...
    Não conseguiria dizer mais alguma coisa; não agora... Fiquei fascinado!

    ResponderExcluir
  2. Bruno,
    Por essas e outras não paro de escrever. Enquanto alguém apreciar, se identificar ou pelo menos ficar curioso com os textos dessa criatura que chora, ri, ri chorando, chora rindo, essa criatura que escreve o que sente e muitas vezes sente o que escreve, continuarei a escrever.
    Obrigada, meu mais novo amigo!
    O amor que sinto eternizado nas palavras. A dor que sinto transbordando no teclado e a alegria que me serve de bálsamo, quando leio comentários como os seus, que enchem de satisfação os meus muitos negros dias.

    ResponderExcluir

Deixe seu comentario...