segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O meu lar

Oh, como é motivo de paz voltar para um lar! Talvez se eu tivesse apenas uma casa, o retorno seria trágico, mas tenho um lar.
Não é um lar como os das novelas, tudo em seu devido lugar, ausência de preocupações e poeira nos móveis, pessoas sem problemas existenciais ou outras coisas que só existem na ficção; coisas que nos fazem olhar o que temos e desejar o impossível e esquecer-se de agradecer as dádivas com que nosso Deus nos abençoou.
Meu lar é um lugar aconchegante. Tenho sobrinhos, irmãos, mãe, animais de estimação, amigos com freqüência, casa para varrer todos os dias, comida para fazer e cozinha para arrumar. Além disso, tem os gritos. Aqui em casa quase todo mundo grita, briga, xinga e se ama assim mesmo.
Posso discordar, concordar, participar, não participar, dormir se tenho sono, comer se tenho fome, me abrir, pois sei que quem convive comigo me ama... Simplesmente o amor faz a diferença!
Sou feliz aqui! Minha vida simples, com muitas privações pela ausência – nesse momento – do sucesso profissional que almejo e do amor que perdi (?).
Meu Deus! Como demorei a crescer! Só após ser rejeitada por quem deveria me acolher descubro que tenho um lar. Descubro que posso fazer tudo daqui. Nada melhor que o seu lar.
Triste daquele que tem uma casa para sobreviver. Viver mesmo, com qualidade de vida, só no seu lar, mesmo que seja uma casinha de sapê!
Nem tudo é alegria. Para termos um lar temos muitas vezes que nos afastar de coisas e principalmente pessoas pelas quais daríamos (ou demos?) a vida. Enquanto a dor dá as mãos à esperança de uma mudança, tudo bem. Quando a esperança se vai, nosso instinto de sobrevivência liga um botãozinho de emergência e diz: volte para o seu lar, vai se cuidar, ninguém cuida de ninguém enquanto “estiver despedaçado”.
No lar nos fortalecemos para as mesmas batalhas ou outras batalhas, sendo que a dor que nos despedaçou nos tornou fortes o bastante e até frios para não entrar mais numa batalha sem uma tática de guerra completa.
Deus está no controle, esse é o título da minha nova vida. Do novo rumo que resolvi seguir.
Estou longe de quem amo – trezentos e quatro malditos quilômetros – mas trago-o aqui, colado em meu ser, como parte de mim.
Deus está no controle! Deus está no controle! Deus habita o meu lar!

Raposinha!

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