segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bem-me-quer, mal-me-quer!


Grita comigo, esperneia, revolte-se, pois me vou.
Finja que me odeia, finja que se odeia, arrume desculpas para não me perder,

me perdendo.
Mostre-se intolerante para disfarçar a dor do afastamento...

São só mais algumas horas e estarei longe.
Cale-me com um grito, enerve-se com minha frieza de espírito,

cala a sua dor com sua cólera.
Diz que não me ama, diz que não se ama

– bem me quer, mal me quer –

despedace a flor!
Arrependa-se, peça perdão, pelos gritos, pelos insultos, depois me beija, diz que me ama no último segundo de despedida.

Depois se arrependa de novo e sofra.
Vamos brincar de quem aguenta mais?
Chora daí, eu choro daqui. Nenhum dos dois vê!
Vamos brincar de apagar sentimentos?
Deite-se para dormir, deito-me para dormir!

Um rivotril por favor?
Ganho eu, ganha você – dor e solidão!
Perco eu, perde você – todo sonho que se sonhou, todo plano que não se executou,

toda vida que não se viveu!
Fim!



Raposinha!

2 comentários:

  1. Como se vive assim? Ou se morre assim...

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  2. A morte não existe. Talvez ela seja um nome do vácuo, do esquecimento ou mesmo da solidão!
    Viver é não ter a vergonha de ser feliz, por um tempo fui sem-vergonha, rs!

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